Sabe-se do tabu que há na prática do exame citológico, devido ao medo que as mulheres tem, a vergonha que vão sentir diante de um desconhecido, o “folclore” que foi plantado frente ao exame de que dói fazê-lo ou que não precisa fazer. Enfim, esse post vai ajudar você que tem dúvida ou que quer conhecer mais sobre o exame.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO EXAME ?
Rastrear precocemente lesões no colo do útero, evitando agravamentos como o câncer do colo uterino.
“A incidência e as taxas de mortalidades do câncer da cérvice diminuíram muito nas últimas décadas, sendo a maior parte dessa redução atribuída ao esfregaço de Papanicolaou, que detecta o câncer da cérvice e as lesões pré-cancerosas. O câncer da cérvice é um dos mais tratáveis quando detectado em estagio inicial” (RICCI; S.S, 2008)
Nota-se assim, que quanto mais recente for encontrado lesões, mais chance de cura essa mulher terá.
CONHECENDO O EXAME...
Esse exame tem o objetivo de obter células do colo uterino para rastreamento citológico do local. Para realização do exame é necessário abstinência sexual, de cremes vaginais e de duchas higiênicas de 72 horas, além de uma tricotomia mínima.
O exame de Papanicolaou examina o colo do útero, mais precisamente é uma coleta citológica dupla a qual analisa a ectocérvice e a endocérvice, com exceção nas mulheres grávidas, onde na endocérvice não será coletado, pois pode levar a um falso estímulo o qual dilatará a endocérvice e causar um aborto.
COMO O EXAME É REALIZADO ?
A princípio é de extrema importância que a cliente fique ciente de todos os passos do exame e como serão utilizados os instrumentos, apesar de evasivo e incômodo, o exame costuma ser tranquilo e não doloroso quando a paciente está relaxada. Então vamos explicar como se realiza:
1- Os pés da cliente serão posicionados no estribo ou nos pedais de modo que os joelhos pendam para fora.
2- O abdome da cliente será coberto com um lençol, porém a área perineal ficará exposta.
3- Os pacotes dos instrumentos serão abertos na frente da cliente para deixar claro que estavam lacrados.
4- Os lábios vulvares serão afastados e o espéculo será introduzido no canal vaginal, ficando encaixado no colo do útero para melhor visualização.
5- A espátula será inserida e friccionada na ectocérvice dando um giro de 360º tanto na região periorificial, quanto na parte medial do colo uterino.
6- Em seguida a escova endocervical será inserida e friccionada dando um giro de 360º no orifício uterino (endocérvice).
7- A espátula e a escova serão retiradas ao mesmo tempo, e esfregadas na lâmina, sendo metade da lâmina para espátula e a outra metade para a escova, em seguida borrifa o fixador.
8- A lâmina será guardada e a espátula e a escova descartadas no lixo. O espéculo será retirado, caso descartável vai para o lixo quando não será esterilizado.
NÃO TENHA MEDO !
· Todos os instrumentos, que não são descartáveis, são esterilizados.
· A pinça de Sharon, apesar de parecer uma tesoura, ela não tem ponta e não corta.
· Como o espéculo estará introduzido na vagina, e outros instrumentos passarão por seu meio, alguns barulhos são esperados (Como por exemplo, a pinça pode bater no espéculo).
Por fim, as lâminas serão enviadas para laboratórios onde serão analisadas.
OS MATERIAIS UTILIZADOS SÃO:
· Bandeja
· Luvas de procedimentos
· Gases estéreis
· Cubas circulares - Solução fisiológica a 09
- Ludol
· Escova endocervical (Esta tem que ser com cerdas, não devem ser pontiagudas, seu tamanho varia de 15 cm a 18 cm)
· Espátula de Ayres
· Pinça de Sharon
· Lamínula de vidro
· Espéculo (são encontrados de três tamanhos diferentes P(1), M (2) e G (3), os quais variam de acordo com a anatomia da mulher).
- Referências Bibliográficas:
RICCI, S. S. Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher. 1.ed. Rio de Janeiro: GUANABARA KOOGAN, 2008.